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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

'Holandês de carteirinha', brasileiro sonha com gol contra a Alemanha


O português ainda está intacto, as gírias são típicas do Brasil, mas não se engane. Douglas agora é holandês, e de carteirinha, como ele mesmo frisa. Nascido em Santa Catarina e revelado pelo Joinville, o zagueiro do Twente está na pré-lista da seleção da Holanda para o amistoso com a Alemanha, na próxima quarta-feira, e pode fazer sua estreia com a camisa laranja. Completamente adaptado ao país, o jogador, de 24 anos, é o primeiro estrangeiro a ser convocado para uma equipe que já teve nomes como Cruyff e Van Basten - atletas como Seedorf, Davids e Gullit nasceram em Suriname, antiga colônia, e, por isso, têm cidadania holandesa.
Douglas é exceção no senso comum que prevê dificuldades de adaptação para brasileiros no futebol europeu. Apesar da língua complicada, do clima hostil e da ausência do feijão com arroz, o zagueiro se acostumou ao novo ambiente logo que chegou ao Twente, em 2007, e, hoje, é um dos destaques do time, que lidera o Campeonato Holandês após 11 rodadas. Com isso, não demorou a se destacar em campo e chamar a atenção da imprensa e da Federação Holandesa de Futebol.
Douglas comemora gol do Twente contra o Willem II (Foto: AFP)Douglas está no Twente há cinco anos (Foto: AFP)
Cotado para ser convocado desde 2010, Douglas teve de esperar cinco anos para, enfim, ser considerado apto pela Fifa para defender a Holanda. Em outubro de 2012, foi chamado pelo técnico Louis van Gaal para os jogos contra Andorra e Romênia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo, mas ficou apenas no banco. Antes, já havia sido incluído na pré-lista para os duelos contra Turquia e Hungria, em setembro.
Nesta entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM, Douglas fala sobre sua adaptação ao país, a recepção dos companheiros, o desejo de estrear com um gol contra a Alemanha e mostra convicção em sua escolha pela Holanda:
- A minha casa, antes, era verde. Agora que fui convocado vai ficar laranja.
GLOBOESPORTE.COM: Você estava cotado para defender a Holanda há um bom tempo, mas só em outubro foi, enfim, convocado. Por que demorou tanto?
Douglas: Foi por causa da lei da Fifa. Você pode até pegar o passaporte holandês, mas a Fifa exige que você more há cinco anos no país para poder jogar pela seleção local. Eles queriam me levar desde a Copa do Mundo de 2010. Em 2009, fiz uma boa temporada (pelo Twente), e eles não entendiam por que eu não era chamado para o Brasil.
Douglas Twente (Foto: Getty Images)Zagueiro brasileiro se adaptou rapidamente
ao futebol holandês (Foto: Getty Images)
E como foi a decisão de aceitar a convocação da Holanda?
A imprensa daqui começou a sugerir meu nome, porque a seleção tinha problema na zaga, e eu falava bem holandês. Eu sabia que era realmente difícil defender o Brasil. Estava bem, mas não aparecia muito, porque o Campeonato Holandês, hoje, é a quinta força na Europa. Além do mais, sabia que havia jogadores acima de mim. Então, a Federação me procurou, o treinador (Bert van Marwijk) falou que era interessante. Como eu já tinha minha família holandesa, e é uma seleção que tem muita força, sempre briga por título, conversei com a família e aceitei. Fiquei muito feliz por ser o primeiro estrangeiro a ser convocado pela Holanda.
Sua adaptação à Holanda, então, não teve muitas dificuldades?
Não demorou muito, eu me adaptei rápido. No período em que cheguei até foi difícil, sofri, mas conversei com os outros brasileiros. Logo conheci minha esposa e foi tudo mais fácil. Hoje moro junto com ela há quatro anos, temos uma filha.
O futebol holandês é conhecido por ser ofensivo, jogar sempre para frente. O fato de ter alguma semelhança com o estilo brasileiro também te ajudou?
Sim, acho que isso também me auxiliou. Eles jogam sempre no 4-3-3, com dois pontas, dois meias e só um volante. Eles gostam de jogar bola, aqui até o goleiro tem de saber jogar. É parecido com o Brasil, é um futebol com mais alegria. O brasileiro, porém, abusa um pouco mais, é mais individual. Já o holandês é mais coletivo, busca o ataque, mas sempre com muita tática.
Fiquei muito feliz por ser o primeiro estrangeiro a ser convocado pela Holanda
Douglas
Você é um brasileiro na seleção holandesa, enquanto, aqui no Brasil, um holandês, o Seedorf, faz muito sucesso. Chegaram a brincar com você sobre esta situação?
Ah, eles sempre comentam. Elogiam o Seedorf, dizem que está jogando bem. Aqui não acompanham muito o Campeonato Brasileiro, mas sempre me perguntam sobre o Seedorf. Eu meio que passo as informações. Repercutiu muito quando ele saiu chorando de campo, lesionado. Tem uns moleques que brincam com a situação, ficam falando que eu não tenho nada a ver com holandês. Eu brinco, digo que agora não sou brasileiro, sou holandês de carteirinha. A minha casa, antes, era verde. Agora que fui convocado vai ficar laranja.
Você foi convocado para os jogos contra Andorra e Romênia pelas Eliminatórias, mas não chegou a entrar em campo. Como foi a recepção dos jogadores na sua chegada?
Eu já conhecia a maioria dos jogadores. Eu estava ansioso, mas me impressionei. Eles me receberam de braços abertos. Pensei que tinha trote, discurso, perguntei para os moleques se tinha alguma coisa, se devia ir preparado, mas foi tranqüilo. É outra cultura. O brasileiro brinca mais, se solta mais. Aqui é cada um por si, mais focado.
Teve algum jogador que se preocupou mais em te receber bem e passar dicas?
O Nigel de Jong, do Milan. Ele conversou bastante comigo, falou que era um período difícil na Holanda, que tem bastante gente falando, mas que era para eu ficar tranqüilo, ter a cabeça no lugar, fazer o meu trabalho. Ele me passou muitas coisas boas. O Heitinga (zagueiro do Everton) também conversou comigo. Os moleques do Twente, como o Leroy Fer, e alguns ex-companheiros, como o Luuk de Jong, também falaram comigo.
Douglas do Twente (Foto: Getty Images)Douglas pretende atuar no futebol inglês ou alemão em 2013 (Foto: Getty Images)
E o Van Gaal? O que ele disse para você?
Ele teve uma conversa muito positiva comigo. Aliás, ele costuma chamar um por um para conversar. Falou que está me olhando, me incentivou, disse que, com ele, ninguém tem lugar garantido no time. Se ele achar que eu trabalhei bem, me coloca para jogar.
E sobre seu estilo de jogo? Ele passou algumas recomendações? Falou o que você precisa melhorar?Ele quer que eu saia mais para o jogo, algo que eu não tenho feito muito ultimamente. Também disse que quer me usar pela direita na zaga. No meu clube, eu jogo pela esquerda.
Aqui até o goleiro tem de saber jogar bola. O holandês busca
o ataque, mas é mais coletivo
Douglas
Você não jogou contra Andorra e Romênia, mas teve a oportunidade de ficar no banco. Como foi a sensação?
Foi bem diferente. Antes eu só sonhava, agora estava ali. No jogo contra Andorra, vi minha camisa no vestiário, olhei para o lado, vi jogadores que não conhecia no dia-a-dia. Caiu um pouco a ficha. Fiquei pensando: “Cada um joga num time, e agora estou com os caras”. Fiquei bastante feliz. Acho que quando eu estrear vai ficar mais gostoso ainda.
O próximo amistoso é contra a Alemanha e você está na pré-lista. O jogo é cercado de muita rivalidade. Já pensou em estrear justo contra eles e ainda fazer gol?
Sonho com isso todo dia. Nunca se sabe, né? Se a bolinha sobrar lá na área... É um amistoso, mas quando rola a bola a rivalidade é muito forte. A Alemanha ganhou da gente na Eurocopa. Vai ser um jogo legal. Seria bom estrear contra uma seleção forte.
Você está no Twente desde 2007, mas seu nome já foi especulado em times de outros países. Pretende deixar o clube?Eu tenho mais um ano de contrato, mas acho que já estou pronto para dar um passo à frente. Espero mudar só no ano que vem. Não tinha me mudado ainda para esperar o tempo necessário para jogar pela Holanda. Se saísse antes, não ia poder jogar pela seleção. Estou feliz no Twente, estamos bem no campeonato, podemos ganhar o título.
E para onde você gostaria de ir?
Pelo meu estilo de jogo, gostaria de ir para a Inglaterra ou a Alemanha, que cresceu bastante. Acho que me daria melhor. Muitos clubes já sondaram, toda janela tem conversa. Na última teve Newcastle, Schalke 04, o Borussia Dortmund, um time da Rússia... Mas no momento não estou conversando com ninguém.

Com Recife ameaçado, Fifa anuncia nesta quinta a tabela final para 2013


Chegou o tão esperado 8 de novembro para os pernambucanos. A partir de 10h30m (de Brasília) desta quinta-feira, quando faltam 581 dias para a Copa do Mundo de 2014, a Fifa anunciará se a Arena Pernambuco será confirmada ou não como uma das sedes da Copa das Confederações de 2013. Caso seja escolhido, o estádio, que terá capacidade para 46 mil torcedores, sediará três partidas. Salvador, capital da Bahia, também corre risco de ficar fora do torneio, que tem Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza com partidas garantidas. O GLOBOESPORTE.COM fará a transmissão ao vivo do evento, em São Paulo.

Com jogos garantidos na primeira fase e nas oitavas de final da Copa de 2014, a Arena Pernambuco foi bastante criticada pelo secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, em relação aos preparativos para a Copa das Confederações. Ao longo do ano, ele fez diversos alertas às autoridades pernambucanas e mostrou pessimismo sobre o andamento das obras do estádio, construído na cidade de São Lourenço da Mata, a 19 km do Recife. Como Salvador também sofreu críticas, a Fifa revelou em maio que só confirmaria a presença das duas cidades em novembro.
Arena Pernambuco (Foto: Eduardo Martino/documentography)Arena Pernambuco está com 70,6% da obra concluída (Foto: Eduardo Martino/documentography)
As declarações de Valcke contrastaram com os discursos do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin, e do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Os dois demonstraram confiança na presença de Pernambuco e Bahia na Copa das Confederações. Marin chegou a visitar a obra pernambucana na última segunda-feira em uma inspeção surpresa.

A Arena Pernambuco chegou a 70,6% de conclusão das obras em outubro (a Fonte Nova estava com 74% no final do mês). A construção do estádio pernambucano passou por alguns contratempos ao longo do ano, como as seguidas greves dos operários. No total, quatro mil funcionários trabalham no canteiro de obras com jornada até no turno da madrugada.
Apesar dos problemas, o secretário estadual extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, sempre mostrou otimismo quanto à participação pernambucana na Copa das Confederações. Recentemente, o gestor declarou que a Arena Pernambuco tinha 75% de chances de sediar a competição. Em uma prova de que o estádio estará concluído antes do início do torneio, em junho, ele chegou a anunciar a data de inauguração do estádio, marcada para 14 de abril de 2013.

Para se precaver quanto a problemas com as cidades-sede, a Fifa elaborou quatro tipos diferentes de tabela para a Copa das Confederações. A entidade levou em conta que o torneio pode ser realizado com seis, cinco e quatro sedes. Ou seja, a Fifa fez uma tabela sem a participação do Recife e outra sem a participação de Salvador. Confira abaixo a tabela completa, com as seis sedes previstas:

NO PACAEMBU, SÃO PAULO DÁ SHOW, GOLEIA LA U E AVANÇA ÀS SEMIFINAIS



  • Uma noite primorosa. É dessa forma que pode ser analisada a atuação do São Paulo, que, de maneira impiedosa, despachou o atual campeão Universidad de Chile da Copa Sul-Americana com uma vitória por 5 a 0, na noite desta quarta-feira, no Pacaembu. Como o time brasileiro já havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0, no Chile, o placar agregado não deixa dúvidas sobre a superioridade tricolor: 7 a 0.
    O placar do Pacaembu refletiu com tamanha exatidão o que foi a partida. Do primeiro ao último minuto do jogo apitado pelo paraguaio Enrique Caceres, o São Paulo sobrou em campo. Jadson (duas vezes), Luis Fabiano, Lucas e Rafael Toloi fizeram os gols numa vitória que poderia ser ainda maior, se o time não tivesse tirado o pé do acelerador no segundo tempo, quando Ney Franco poupou alguns de seus principais jogadores.
    Com a classificação às semifinais, os comandados de Ney Franco igualaram a melhor campanha do São Paulo no torneio, que até então havia sido registrada em 2003, quando o sonho do título parou no River Plate (ARG). O próximo adversário permanece indefinido. Se o Grêmio passar pelo Millonários, da Colômbia, o time gaúcho será o rival do São Paulo. Do contrário, o Tricolor enfrentará o vencedor do duelo entre Independiente (Argentina) e Universidad Católica (Chile). Mas se dois argentinos chegarem às semifinais (Tigre e Independiente estão na disputa), e o Grêmio sucumbir diante do Millonários, o time colombiano será o adversário do Tricolor paulista. 
    Pelo Campeonato Brasileiro, o Tricolor voltará a campo no domingo, contra o Grêmio, às 17h, no Olímpico, em Porto Alegre. No torneio nacional, a equipe ocupa a quarta colocação com 59 pontos, oito a mais que Botafogo e Internacional, seus principais perseguidores. 
    Jadson comemora go do São Paulo contra o Universidad do Chile (Foto: Sergio Neves / Agência Estado)Jadson comemora gol do São Paulo contra o Universidad do Chile (Foto: Sergio Neves / Agência Estado)
    Gols saem com facilidade
    Sem Osvaldo, fora de combate por causa de uma pequena lesão na coxa esquerda, o técnico Ney Franco mudou o esquema tático que vinha dando certo nas últimas partidas. Saiu de cena o 4-3-3 e entrou o 4-4-2, com Maicon no meio-campo. Do outro lado, necessitando de gols para buscar uma difícil classificação, Jorge Sampaoli manteve o Universidad de Chile com três homens de frente (Lorenzetti, Ubilla e Gutierrez) e uma alteração no meio em relação ao jogo disputado em Santiago: Castro na vaga de Cereceda.
    Com a torcida fazendo enorme festa nas arquibancadas, o Tricolor começou o embate como um rolo compressor e não precisou de mais do que cinco minutos para abrir o marcador com Jadson, que, após contra-ataque iniciado por Maicon, recebeu no meio e, de fora da área, bateu no canto direito de Herrera: 1 a 0. 
    A entrada de Maicon no meio-campo manteve a ofensividade e ainda resolveu problemas defensivos. Com um homem a mais no setor, Jadson ganhou liberdade e, a todo instante, encostava em Lucas e Luis Fabiano na frente. Atrás, a cobertura dos laterais, que falhou em vários momentos da partida contra o Fluminense no domingo, voltou a funcionar. 
    O jogo ficou na mão do Tricolor. Sampaoli gesticulava muito no banco de reservas com sua equipe, que até subiu seu meio-campo, mas não levava perigo ofensivamente. E ainda deixava o contra-ataque à disposição do São Paulo. Em um deles, Lucas avançou pelo meio, deu o drible da vaca em Rodriguez e, cara a cara com o goleiro, bateu no canto direito, marcando um golaço: 2 a 0. 
    O tempo passava, e os comandados de Ney Franco seguiam jogando em altíssima velocidade. Para completar a festa da torcida, faltava o gol de Luis Fabiano. Que veio aos 29, após passe açucarado de Lucas. Nas costas da marcação, o camisa 9 ficou na frente do goleiro chileno e, com classe, deu toque por cima, fazendo seu 30º gol na temporada.
    Lucas, São Paulo e Universidad do Chile (Foto: Rodrigo Coca / Agência Estado)Lucas comemora seu gol dando um salto mortal  (Foto: Rodrigo Coca / Agência Estado)
    Passeio
    Com o jogo definido, Ney Franco aproveitou para dar descanso a alguns atletas, já que o time vem jogando às quartas e domingos e o treinador tem usado sempre força máxima. Primeiro, ele sacou Lucas para colocar Ademilson. Na sequência, Willian José, herói da vitória em Santiago, entrou na vaga de Luis Fabiano. O time chileno, que voltou com Cereceda no lugar de Castro, tinha uma missão muito complicada pela frente: marcar cinco gols em 45 minutos. E não tomar nenhum.
    Sem suas duas principais peças em campo, o São Paulo diminuiu seu ritmo e, no lugar da velocidade do primeiro tempo, entrou em ação a cadência, a valorização da posse de bola. Aos 17, Ney Franco queimou sua última substituição, com Casemiro na vaga de Denilson. Mesmo assim, o show continuou. E com mais um golaço. Rafael Toloi, vilão do empate com o Fluminense ao falhar no gol de Fred, acertou uma linda cobrança de pé direito da intermediária e mandou a bola no ângulo esquerdo de Herrera, que nada pôde fazer: 4 a 0.
    Fatura definida? Nada disso. O Tricolor queria mais. Aos 32, após belíssima jogada de Cortez pela esquerda, Jadson, um dos destaques da noite, marcou o quinto.
    Entusiasmados, os 32 mil são-paulinos presentes no Pacaembu começaram a gritar.
    - Oooooo, o campeão voltou, o campeão voltou, o campeão voltoooou!
    Como o título brasileiro já não é mais possível, o Tricolor mira a Sul-Americana para encerrar um jejum que vem desde 2008. E, para isso, ainda poderá ter a estreia de Paulo Henrique Ganso, em fase final de recuperação de uma lesão muscular.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Clubes e FPF definem fórmula do Campeonato Pernambucano 2013

Os clubes pernambucanos que irão disputar o Campeonato Estadual do próximo ano definiram, junto com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), como será a fórmula do torneio em 2013. A reunião do conselho arbitral foi realizada nesta quarta-feira na sede da entidade e ficou acertado que a competição será dividida em quatro fases. O início ocorrem em janeiro e a final em maio, dentro das datas estipuladas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

O primeiro turno do torneio terá a presença do Náutico, Central, Porto, Ypiranga, Serra Talhada, Petrolina, Belo Jardim, Pesqueira e Chã Grande. Essas duas últimas equipes subiram de divisão este ano e ocupam a vaga deixada pelo América e Araripina, que foram rebaixados ao fim do Estadual 2012. A participação do Sport, Santa Cruz e Salgueiro ocorrerá apenas na fase seguinte uma vez que essas equipes estarão na Copa do Nordeste.

A realização do segundo turno do Pernambucano 2013 terá a participação das 12 equipes inscritas no torneio. Dessas, quatro equipes passam para a terceira fase, equivalente às semifinais. Os dois primeiros colocados vão para a final, que será disputada em jogos de ida e volta.

Além do título de campeão pernambucano, o Estadual terá outras disputas. Os três primeiros colocados ganham vaga na Copa do Nordeste de 2014. Quem ficar entre a quinta e a oitava colocação vai participar de um mata-mata que dará direito a uma vaga na Copa do Brasil de 2014. Os demais times, do nono ao 12º lugar, brigam para ver quem escapa do rebaixamento. A vaga da Série D se destinará à melhor equipe do interior no torneio.

Bayern de Munique goleia, e Valencia vence com gol de Jonas


Bayern de Munique e Valencia largaram na frente na briga pelas duas vagas do Grupo F nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Disputada nesta quarta-feira, a 4ª rodada contou com uma goleada dos bávaros por 6 a 1 sobre o Lille e uma vitória por 4 a 2 dos espanhóis, com um gol de Jonas, diante do BATE Borisov.
Com o término da rodada, o Bayern roubou a liderança do Valencia. Ambos têm nove pontos, mas o time alemão fica à frente por ter vantagem no confronto direto, pois ganhou na rodada inicial, por 2 a 1. Os dois se enfrentam na próxima rodada, dia 20 de novembro, na Espanha. O BATE é o terceiro lugar, com seis pontos. O Lille é o lanterna e ainda não pontuou.
Bastian Schweinsteiger comemora gol do Bayern de Munique contra o Lille (Foto: AFP)Dante festeja um dos gols do Bayern de Munique com Schweinsteiger  (Foto: AFP)
O Bayern de Munique simplesmente não deixou o Lille respirar. A maior parte dos gols foi marcada no primeiro tempo. Schweinsteiger abriu o placar aos cinco minutos, Pizarro aumentou aos 18, Robben fez o terceiro aos 23, e Pizarro marcou mais dois, aos 28 e aos 33 minutos. Na segunda etapa, aos 13 minutos, Kalou, ex-Chelsea, diminuiu. O time bávaro teve tempo para fazer o sexto gol aos 21 minutos, com Kroos.
Em casa, o Valencia fez sua parte e garantiu uma vitória com um susto no fim. O brasuca Jonas abriu o placar aos 26 minutos da etapa inicial. O atacante recebeu cruzamento da esquerda, conseguiu dominar no meio de dois zagueiros, ficou de frente para o goleiro e chutou. Soldado, de pênalti, ampliou três minutos depois. Feghouli fez o terceiro aos seis minutos do segundo tempo.
O brasileiro naturalizado bielorrusso Renan Bressan iniciou a reação e diminuiu aos oito minutos. Mozolevski, aos 38, fez o segundo, mas Feghouli, aos 41, garantiu a paz para os torcedores do Valencia e fez o quarto.
Jonas comemora gol do Valencia contra o BATE Borisov - AP  (Foto: Agência AP)Jonas faz sua tradicional comemoração contra o BATE Borisov (Foto: Agência AP)

Com virada no fim, United garante a classificação na Liga dos Campeões


A força da camisa do Manchester United fez a diferença nesta quarta-feira, em Portugal. Mesmo jogando mal, os Diabos Vermelhos conseguiram a virada para cima do Braga por 3 a 1, marcando seus gols nos últimos 15 minutos, e garantiram a classificação antecipada no Grupo H da Liga dos Campeões. De quebra, o time inglês ainda assegurou a primeira colocação da chave.
Com o triunfo, o United manteve os 100% de aproveitamento e chegou a 12 pontos. Em segundo lugar está o Cluj, da Romênia, que perdeu em casa para o Galatasaray, nesta quarta, por 3 a 1. Ambas as equipes estão com quatro pontos. Na última colocação aparece o Braga, com três.
Robin van Persie comemora gol do Manchester United sobre o Braga (Foto: Reuters)Van Persie entrou e empatou o jogo para o United (Foto: Reuters)
Ofensivo, United sofre com o Braga
Alex Ferguson resolveu mexer no United para a partida contra o Braga. Ele deixou Van Persie no banco e optou por uma escalação ofensiva, com Giggs e Anderson como volantes, Rooney como armador e Chicharito Hernández no comando do ataque. Se a opção era por valorizar a posse de bola, a estratégia do treinador deu certo. Por outro lado, a defesa inglesa ficou desprotegida.
Por causa disso, o Braga, mesmo sem domínio territorial, levou muito perigo nos contragolpes, sempre orquestrados pelo habilidoso meia Hugo Viana. Logo aos cinco minutos, Éder recebeu lançamento em profundidade, aproveitou falha de Evans, invadiu a área e chutou cruzado para fora. Dez minutos depois, Ruben Micael avançou sem marcação e, da entrada da área, acertou um belo chute, que passou perto do ângulo direito do gol. Aos 22, nova oportunidade: Viana cruzou da esquerda, Éder se antecipou à zaga e cabeceou na trave.
O United, apesar da formação ofensiva, pouco conseguia se articular. Anderson errava muitos passes, e Rooney atuava muito longe da área para oferecer perigo à defesa do Braga. Com isso, Chicharito e Welbeck pouco tocavam na bola. Este último, aliás, apareceu somente na defesa, quando levou um drible de Alan dentro da área, aos 30 minutos. O chute cruzado do brasileiro, porém, foi defendido por De Gea.
Alan comemora gol do Braga contra o Manchester United (Foto: Agência Reuters)Alan marcou de pênalti  (Foto: Agência Reuters)
Apagão no estádio...e no Braga
Na segunda etapa, o Braga abriu o placar logo aos três minutos, em novo contra-ataque. Custódio foi derrubado por Evans dentro da área. Na cobrança, Alan bateu com categoria, no ângulo direito de De Gea: 1 a 0 para os visitantes.
O Braga continuava muito bem no jogo quando, aos 11 minutos, as luzes do estádio se apagaram. Era a chance de Alex Ferguson acertar o United para buscar o empate. Mas, quando o jogo foi retomado, 12 minutos depois, o panorama não mudou: os portugueses aproveitavam a falta de combatividade do meio-campo inglês para se lançar em contragolpes cada vez mais perigosos.
Entretanto, a camisa do Manchester United ainda pesa. O time começou a pressionar de forma mais incisiva e, nos últimos 15 minutos, conseguiu a virada, graças a outro apagão, desta vez de todo o time do Braga.
Primeiro, Anderson, aos 34, lançou Van Persie, que havia entrado no lugar de Welbeck. Sem qualquer necessidade, o goleiro Beto saiu do gol para marcar o holandês. O arqueiro se arrependeu no meio do caminho e tentou voltar, mas era tarde demais: o camisa 20 bateu por cobertura e deixou tudo igual.
Braga e Manchester United, falta de luz (Foto: Agência Reuters)Apagão durou 12 minutos (Foto: Agência Reuters)
Com a igualdade, o Braga se desmontou. A equipe não conseguia mais ameaçar nos contra-ataques, enquanto o United se encheu de moral e conseguiu, enfim, trocar passes com autoridade.
O gol da virada, porém, veio num lance inusitado aos 37 minutos. Após disputa na área, Rooney foi derrubado. O árbitro hesitou muito, mas, enfim, marcou o pênalti. Na cobrança, o atacante até escorregou, mas bateu no ângulo esquerdo de Beto, sem chances, para virar. Nos acréscimos, em contra-ataque, Chicharito deu números finais ao placar e decretou a vitória e a classificação dos Diabos Vermelhos.

Marcelo Moreno leva gancho de 4 partidas e só volta no Gre-Nal


A expulsão com apenas 43 segundos em campo contra o Fluminense custou caro a Marcelo Moreno. Acusado de 'agressão' a Rafael Sobis, o boliviano levou gancho de quatro jogos em julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O Grêmio irá recorrer da punição que poderia chegar até 12 partidas.
Como o atacante já cumpriu uma suspensão automática, perderá os duelos contra São Paulo, Portuguesa e Figueirense. Voltará apenas no Gre-Nal válido pela última rodada do Brasileirão. Isso se a decisão não for revertida pelo departamento jurídico tricolor.
- Vamos entrar com recurso e pedido de efeito suspensivo. O prazo é até sexta, afinal, há jogo no domingo (contra o São Paulo) - disse o advogado Gustavo Pinheiro.
Presente no julgamento, Marcelo Moreno alegou que o gesto que acabou colidindo com Rafael Sobis foi acidental. E alegou ser apenas a segunda expulsão na carreira:
- Na tentativa de ir na bola, estiquei o braço e atingi o adversário. Não acertei cotovelada. Simplesmente estiquei o braço para me antecipar, mas sem a intenção de agredir o adversário. Tenho 10 anos de profissional e essa foi a segunda vez que fui expulso. A primeira foi em 2008.
Denúncia por agressão
moreno fluminense grêmio (Foto: Reprodução)Moreno foi expulso com 43 segundos em campo
(Foto: Reprodução)
Após acesso à súmula e a vídeos do lance, a Procuradoria do STJD denunciou o atacante por "praticar agressão física", enquadrado no artigo 254-A, inciso I, (desferir dolosamente soco, cotovelada, cabeçada ou golpes similares em outrem de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou lesão ao atingido) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). No relato do árbitro Sandro Meira Ricci, o camisa 9 "atingiu com seu braço o queixo de seu adversário, de n° 23, Rafael Sóbis, fora da disputa de bola".
No dia seguinte ao episódio, o atacante havia se desculpado aos torcedores, emitindo comunicado oficial. De acordo com a nota, Moreno havia levado um chute antes do lance que geraria a sua expulsão. No entanto, o atacante não tinha avaliado a atitude de Sobis como agressão.

Machucados, Hulk e Adriano são cortados do amistoso com a Colômbia


Hulk Zenit (Foto: Getty Images)Hulk deixa o campo após sofrer lesão em ação
pelo Zenit (Foto: Getty Images)
A CBF anunciou nesta quarta-feira, em seu site oficial, que o lateral-esquerdo Adriano, do Barcelona, e o atacante Hulk, do Zenit, estão cortados da Seleção para o amistoso contra a Colômbia, dia 14, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.
Os dois sofreram lesões musculares recentemente e não teriam condições de entrar em campo com o time de Mano Menezes na próxima semana. No comunicado, a CBF não informou se o técnico convocará substitutos para a dupla.
Com uma lesão no músculo posterior da coxa direita, Hulk ficará 15 dias sem atuar. O problema de Adriano é na musculatura adutora e o prazo de recuperação para o lateral do Barça é de três semanas.
Nesta semana, o atacante do Zenit viveu um drama familiar: sua irmã caçula, Angélica Aparecida, foi sequestrada em Campina Grande na última segunda, mas foi liberada no dia seguinte.

Musas fazem declaração de amor ao clube do coração. Vote na melhor


Musa Coritiba Dalila Kinderman (Foto: Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)Dalila Kinderman, musa do Coxa, grava declaração
(Foto: Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)
Chegou a hora da reta final. Na quarta e última prova do Musa do Brasileirão 2012, as 20 candidatas ganharam espaço livre para fazer uma declaração de amor ao clube do coração. Os vídeos estarão disponíveis para votação na página do concurso até o dia 19, quando serão anunciadas as três finalistas, somando a pontuação das quatro provas.
A pontuação da última prova será definida mediante a soma da votação popular e do voto do júri do concurso. Por isso, seu voto é fundamental para ajudar a escolher as três candidatas que chegarão à final do concurso.
A campeã será escolhida através de votação popular e receberá o prêmio durante a festa de encerramento do Campeonato Brasileiro, no dia 3 de dezembro, e ganhará um ensaio na Granja Comary, em Teresópolis-RJ. O GLOBOESPORTE.COM faz a cobertura completa da competição pela página da Musa do Brasileirão.

Meu Jogo Inesquecível: o grito de libertação de Adnet, ovelha alvinegra


MARCELO ADNET BOTAFOGO (Foto: Edgard Maciel de Sá/Globoesporte.com)Adnet posa com a camisa de Seedorf no Engenhão
(Foto: Edgard Maciel de Sá/Globoesporte.com)
Dia histórico no Maracanã: 21 de junho de 1989. Com um gol de Maurício aos 12 minutos do segundo tempo, o Botafogo venceu o Flamengo por 1 a 0 e foi campeão carioca. Lágrimas, sorrisos e orações. Era o fim de um jejum de 21 anos sem títulos. Pouco mais de duas décadas após a conquista, o ator, jornalista, humorista e ovelha alvinegra Marcelo Adnet ainda guarda doces lembranças do dia em que viu o time de General Severiano transformar o Rio de Janeiro numa contagiante festa ao som do “buzinaço da vitória”. Emoção para quem viveu parte de um longo período de agonia  para soltar um grito de libertação e comemorar pela primeira vez um título do seu time de coração.
– Sou de 81 e frequento os estádios desde quando eu tinha oito anos de idade. Já fui em muitos jogos, vi muitas decisões, mas na minha opinião o título do Campeonato Carioca de 89 foi mais importante até do que o Brasileiro de 95, com Túlio & Cia. Na época, o Botafogo vivia péssima fase: estava há 21 anos sem erguer um troféu. Foi um período traumático. Aquele título simbolizou um verdadeiro divisor de águas na história do clube e foi muito marcante na minha vida. Naquele dia, graças ao gol do Maurício, pude me afirmar como torcedor e entender o que era ser botafoguense de verdade. Foi uma festa muito bonita – disse Marcelo Adnet.
Nasci botafoguense e cresci com aquela noção de que somos poucos, mas muito honrados. (...) E, para mim, ser botafoguense é ser um herói. (...) Ninguém torce para o Botafogo por conveniência, mas por paixão."
Marcelo Adnet
Nascido e criado no bairro do Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Marcelo não era como as outras crianças. Seus passatempos preferidos tinham como alicerce manias. Aliás, muitas manias: gostava de conversar com os mais velhos e compartilhar seus gostos. Jogava xadrez na praia, era fissurado em estrelas e planetas, estudava russo por conta própria e adorava ficar em casa na segurança de seus livros. Essa reunião de excentricidades e a fuga de rótulos ou estereótipos são, na verdade, o retrato da infância de Marcelo Adnet, de 31 anos, um dos maiores talentos da nova safra de humoristas brasileiros.
Dentro ou fora dos palcos, o "botafoguense puro – de mãe e pai –" interpreta a si próprio: um jovem comediante apaixonado por futebol que em algum momento da vida sofreu bullying dos amigos de escola para mudar de time, mas não sucumbiu. Descobriu um amor incondicional pelo Botafogo ainda criança e, atualmente, procura exercer seu clubismo de maneira consciente, quando transforma os principais tópicos futebolísticos da semana em piada na sua “coluna humorístico-esportiva” no jornal O Globo.
– É muito difícil escrever para o torcedor, porque somos fanáticos por futebol. Defendemos nosso clube como defendemos um país, uma etnia, uma crença. Nasci botafoguense e cresci com aquela noção de que somos poucos, mas muito honrados. Além dos meus pais, meu tio e meu avô maternos torcem para o Botafogo. Meu pai sempre disse: "Meu filho pode ser tudo, mas vai ter que ser botafoguense". E, para mim, ser botafoguense é ser um herói. O clube não é maioria em nada – em nenhum setor da sociedade. Ou seja, ninguém torce para o Botafogo por causa de títulos e conquistas. Ninguém torce para o Botafogo por conveniência, mas por paixão.
MARCELO ADNET BOTAFOGO (Foto: Arquivo Pessoal)Marcelo Adnet: "Um gauche na vida, uma ovelha alvinegra no mundo" (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois de ter sido o clube mais vitorioso do Rio de Janeiro na década de 60 – conquistou quatro Estaduais em dez possíveis -, o Botafogo viveu um longo período de escassez de títulos. O clube quase ganhou os Cariocas de 1971 e 1975, fez boas campanhas nos Brasileiros de 1971, 1972 e 1981, ano de nascimento de Adnet, e chegou a ficar 52 jogos invicto entre 1977 e 1978.
Nomes como Marinho Chagas, Mendonça e Alemão passaram pelo Botafogo, viraram ídolos. Mesmo assim, o tão sonhado título teimava em não vir. O fato aguçou a criatividade de Adnet, que mergulhou na história do Brasil para apresentar uma visão humorística do período de raras alegrias alvinegras.
– Em protesto, boicotamos a falta de liberdade no Brasil (risos). Após conquistar o bicampeonato carioca em 1968, quando foi decretado o AI-5, com um time repleto de jogadores da seleção brasileira - como Gérson, Jairzinho e Paulo César Caju -, o Botafogo voltou a ganhar somente em 89, ano das primeiras eleições diretas. Ou seja, um clube que demonstrou coragem e boicotou o período ditatorial inteiro (risos). Gosto de fazer essa brincadeira.
Campeão do returno de 89, o Botafogo chegou à decisão contra o Flamengo (campeão do turno) com um ponto de vantagem por ter feito a melhor campanha geral. No primeiro jogo, um empate sem gols foi bom para o Glorioso. Para ser campeão, o time de General Severiano teria que chegar a quatro pontos (na época, vitória valia dois). Um triunfo na segunda partida significou a conquista tão sonhada pelos torcedores alvinegros num jogo em que o número excessivo de coincidências transcendeu o limite do bom senso, surpreendendo até mesmo os botafoguenses mais superticiosos, como o humorista(veja ao lado).
– Fui em vários jogos naquela ocasião. Vi o empate sem gols do Botafogo com o Bangu na Taça Rio, mas assisti à decisão contra o Flamengo em casa, por motivos de segurança, junto dos meus pais. O Maracanã estava lotado. Foi uma noite mágica – 21 de junho, 21h, 21 graus, 12 minutos do segundo tempo, 21 anos depois, gol do Maurício, o camisa 7, após cruzamento do Mazzolinha, o camisa 14 (14+7= 21). Enfim, muitas coincidências. Do jeitinho que o botafoguense gosta. Foi um jogo que me contagiou. O Flamengo de Zico, Bebeto & Cia. tinha um time bem melhor. Mesmo assim, jogamos com muita raça e humildade e conseguimos conquistar o título.
Marcelo Adnet, Meu jogo inesquecível  (Foto: Arquivo Pessoal)Aos 7 anos, o pequeno Marcelo entendeu o que era ser botafoguense de verdade (Foto: Arquivo Pessoal)
Mesmo com o Glorioso em vantagem no placar, o pequeno Marcelo soube conter a ansiedade pelo tão esperado apito final. Que veio e foi a senha para a festa alvinegra. Uma comemoração esperada por duas décadas e que até hoje é lembrada por ele.
– Foi um grito de libertação, de independência. Aquele título gerou uma comoção muito grande. Quando o jogo acabou, lembro dos meus pais comemorando fervorosamente e decidindo que iam para a sede social do clube, em General Severiano. E me levaram junto. Foi um dia muito marcante na minha vida. Eu estava lá, cantando o hino do clube, em meio a uma multidão apaixonada e enlouquecida. Uma festa e tanto. Assim sou eu, um gauche na vida, uma ovelha alvinegra no mundo.
Marcelo Adnet, Camisa Botafogo (Foto: Reprodução / Twitter)Marcelo Adnet em "dia louco do Rio para
São Paulo" (Foto: Reprodução / Twitter)
Filho do músico e arranjador Francisco Adnet com a ex-modelo e figurinista Regina Cocchiarale, Marcelo Adnet cresceu tendo seu lado artístico estimulado. No entanto, foi em 2003, ano em que o Botafogo disputou a Série B do Brasileirão, que topou o convite de um amigo para subir pela primeira vez em um palco e improvisar. Assim, sem mais nem menos, descobriu que suas piadas poderiam fazer rir plateias muito maiores do que as rodinhas de violão da PUC-Rio, onde cursava Comunicação Social. Logo na primeira noite da peça, diante das gargalhadas alheias, o jornalista em formação, astrônomo frustrado e enxadrista amador descobriu o caminho que deveria seguir. Virou comediante
Atualmente, a rotina pesada de gravações fez com que o humorista fixasse residência em São Paulo e, consequentemente, acompanhasse com menos frequência os jogos do Botafogo. A frase “Minha casa é uma van” resume bem o entra e sai ao qual é submetido todo santo dia entre aeroportos e compromissos. Mesmo assim, Adnet encontrou uma saída um tanto quanto inusitada para praticar sua fidelidade ao clube da estrela solitária.
– Já fui mais aos estádios. Um dos momentos mais memoráveis foram as inúmeras idas de van ou de "996" até Niterói para acompanhar o sucesso do Fogão na Série B do Brasileirão, no Caio Martins. Atualmente, quando não consigo assistir aos jogos do Botafogo pela televisão na minha casa ou na casa de amigos, tento acompanhar pelo rádio via internet. Ou tento outra jogada: coloco na busca do twitter a palavra Botafogo e vejo tudo o que está sendo twittado no momento do jogo. Vou acompanhando tudo em tempo real de acordo com o ponto de vista dos torcedores.
MARCELO ADNET BOTAFOGO (Foto: Arquivo Pessoal)Mestre de cerimônia, Adnet apresenta Seedorf à torcida do Botafogo, no Engenhão (Foto: Arquivo Pessoal)
Mesmo com grande parte do seu tempo devotado a arrancar sorrisos de famílias inteiras em seus stand ups, o célebre torcedor faz questão de encontrar um espaço em sua agenda para manter vivo o laço afetivo que tem com o clube alvinegro e atender os pedidos do presidente Maurício Assumpção, seu amigo. Assim como na festa de lançamento dos uniformes do time para esta temporada, o humorista foi o mestre de cerimônia e conduziu a festa de apresentação de Clarence Seedorf à torcida alvinegra, no Engenhão, antes do duelo contra o Bahia, pela oitava rodada do Brasileirão.
– Faço esse trabalho de coração. Para mim, é muito gratificante e um motivo de orgulho poder participar. Quando o Maurício, por exemplo, me liga perguntando “você poderia ...?”, eu já respondo que sim antes de saber o que é. O Botafogo é a única instituição para qual eu trabalho de graça. Sobre o Seedorf, trazê-lo foi um ato de grandiosidade. Fazia tempo que o clube não contratava um jogador desse gabarito – concluiu.
* Texto de Igor Castello Branco, sob supervisão de Alexandre Alliatti e Márcio Mará.
BOTAFOGO 1 X 0 FLAMENGO
Ricardo Cruz, Josimar, Wilson Gottardo, Mauro Galvão e Marquinhos; Carlos Alberto Santos, Luisinho e Vítor; Maurício, Paulinho Criciúma e Gustavo (Mazolinha).Zé Carlos, Jorginho, Aldair, Zé Carlos II e Leonardo; Aílton, Renato e Zico (Marquinhos); Alcindo (Sérgio Araújo), Bebeto e Zinho.
Técnico: Valdir Espinosa.Técnico: Telê Santana.
Gol: Maurício, aos 12 minutos do segundo tempo.
Estádio: Maracanã. Data: 21/06/1989. Competição: Campeonato Carioca. Árbitro: Valter Senra. Público: 56.412 pagantes